Ex-governador saúda fiéis no Círio de Nazaré
Diante da multidão, que se emocionava ao ver a imagem de Nossa Senhora Aparecida levada pelas ruas de Belém do Pará, no Círio de Nazaré, o ex-governador José Serra não economizou palavras. "É um grande ato de fé, que à distância a gente não tem ideia de como é. Milhões de pessoas na rua, que se organizam sem precisar de muita organização". Enquanto Aécio Neves passava o fim de semana descansando em Cláudio, no interior mineiro, Serra disparava mensagens pelo Twitter em que definia a procissão como "a maior manifestação religiosa do Brasil e talvez do mundo".
Estava claro, ali, o que o ex-governador paulista queria dizer com aquele "até breve" do final de seu discurso de 31 de outubro do ano passado, em que reconheceu a derrota para Dilma Rousseff. Ele mostrava que, para um derrotado, a campanha eleitoral começa na noite da derrota.
Nestes 11 meses e meio, Serra se dedicou a um minucioso exercício de visibilidade programada. Marcou presença em seu blog e fez do Twitter uma janela permanente. Definiu rapidamente seu foco, avisando logo ao PSDB que não quer saber da candidatura à Prefeitura paulistana em 2012. Ao mesmo tempo debruçou-se com vigor, na mídia e em palestras, sobre temas nacionais - drogas, reforma política, segurança, turismo, câmbio. Pode-se dar o desconto de que ele foi sempre uma cabeça mais estratégica do que tática. Olha mais a floresta que a árvore.
Mas essessão precedentes muito convenientes. Foi às lideranças nacionais do PT que ele se dirigiu, nos últimos meses, ao criticar a reforma política que corre na Câmara. Suas críticas à política econômica partem de declarações feitas por Mantega ou pela presidente Dilma. Numa recente crítica ao trem-bala, compara-o com cinco ou seis grandes projetos, todos de caráter nacional. No seu GPS só cabe o mapa do Brasil. Ou seja, a briga pela vaga do PSDB em 2014 está apenas começando.
Fonte: GABRIEL MANZANO - O Estado de S.Paulo / COLABOROU CARLOS MENDES
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