Alckmin defende voto distrital e fim das coligações proporcionais
Governador de São Paulo diz que tais medidas não precisariam aguardar um plebiscito
25 de junho de 2013 | 14h 13
Francisco Carlos de Assis - Agência Estado
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu nesta terça-feira, 25, mudanças na lei para permitir a instituição do voto distrital e a proibição das coligações proporcionais de partidos políticos de forma a evitar as chamadas legendas de aluguel. De acordo com o governador, medidas dessa natureza seriam mais rápidas e práticas e não precisariam aguardar um plebiscito que autorize a convocação de uma Assembleia Constituinte para fazer a reforma política, como proposto pela presidente Dilma Rousseff.
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Epitácio Pessoa/AE
Governador de São Paulo fez duas propostas relativas à reforma política nesta terça-feira, 25
Segundo Alckmin, a instituição do voto distrital e a proibição de coligações proporcionais não demandariam alteração na Constituição e se restringiriam apenas a alterações de legislação infraconstitucional, trazendo mudanças já nas próximas eleições, em 2014.
"Quero louvar a reforma política porque não é mais possível continuar com o modelo que nós temos hoje", disse. Segundo Alckmin, o Brasil vive uma crise política de representatividade. "Eu acho que algumas coisas poderiam ser feitas rapidamente e de maneira objetiva e eu vou citar duas: uma é evitar que partidos políticos se tornem legendas de aluguel no horário eleitoral e o voto distrital". De acordo com o governador, os partidos políticos têm de valer pelas ideias e quadros e não pelo tempo na propaganda partidária de rádio e televisão. "É preciso corrigir isso", afirmou.
Quanto ao voto distrital, o governador disse que, se já existisse, as campanhas eleitorais seriam muito mais baratas e a representatividade seria muito maior. "Como pode, por exemplo, um deputado ser votado no Estado de São Paulo se nós somos uma Argentina, temos 32 milhões de eleitores. Como uma pessoa pode fazer uma campanha em uma Argentina inteira, um país. Não tem jeito. Não tem um vínculo", ressaltou, acrescentando que para se eleger em um Estado com as dimensões de São Paulo o candidato precisa estar na mídia, ser um artista, jogador de futebol ou apresentador de televisão. "Enfim, estar na mídia, que são corporações poderosas espalhadas no Estado inteiro, sejam religiosas ou sindicalistas."
De acordo com o governador, se fossem proibidas as coligações proporcionais, só isso já reduziria o número de partidos existentes no Brasil de 40 para algo entre seis e sete.
Ainda segundo Alckmin, essas duas medidas defendidas por ele causariam mudanças rápidas, em vez de a população ter de esperar pela convocação de um plebiscito e depois por uma Constituinte exclusiva, ambos sem data.
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