quarta-feira, 17 de julho de 2013

PSD PODE APOIAR SERRA PARA PRESIDENTE: ALIADO DE DILMA, KASSAB SE REAPROXIMA DE SERRA

CANDIDATURA DE SERRA A PRESIDENTE CADA VEZ MAIS UMA POSSIBILIDADE REAL DE ACONTECER

Do Folha:

Aliado de Dilma, Kassab se reaproxima de Serra
Guinada ocorre após petista perder popularidade; a aliados ex-prefeito não descarta apoiar tucano

Aliado ao governo Dilma Rousseff desde o início do ano, o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) está se reaproximando do ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) e dá sinais de que pode se distanciar do governo federal.

Em conversas com aliados, Kassab diz que não descarta a possibilidade de apoiar uma eventual candidatura do ex-governador à Presidência.

A guinada ocorre depois de as pesquisas de opinião registrarem queda acentuada da popularidade de Dilma com os protestos de junho.

Entre aliados de Kassab, a avaliação é de que Serra é o maior beneficiário político da fragilidade de Dilma.

Segundo tucanos e integrantes do PSD, Kassab e Serra mantiveram sólido relacionamento mesmo após a derrota do tucano na disputa pela prefeitura de São Paulo.

Aliados de Serra atribuíram seu fracasso eleitoral à rejeição do eleitorado à administração de Kassab.

Ontem, o tucano esteve no Congresso Nacional. Ele se negou a comentar as informações de que esteja de saída do PSDB e disse que há "uma crise à procura de um governo".

O PSD participa do governo Dilma desde junho, quando o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif, assumiu a chefia da Secretaria da Micro e Pequena Empresa.

Kassab dará seus primeiros sinais de afastamento do governo na segunda-feira, quando seu partido organizará encontro com representantes da comunidade médica críticos às medidas anunciadas recentemente pelo governo para a área de saúde.

Organizado pelo deputado Eleuses Paiva (SP), que é amigo de Serra, o encontro conta com o aval de Kassab. No mês que vem, o PSD deverá anunciar sua oposição às propostas do governo, que incluem a contratação de médicos estrangeiros e dois anos de serviço obrigatório na rede pública para estudantes.

O gesto é também uma alfinetada de Kassab no ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT). Os dois planejam concorrer ao governo de São Paulo nas eleições de 2014.

No PSD de Kassab, o diagnóstico é de que a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência será abalada no ano que vem durante o julgamento do chamado mensalão mineiro.

Mas não há consenso entre os aliados de Kassab sobre qual seria o palanque ideal para Serra. Alguns acham que o melhor seria ele trocar o PSDB pelo PPS e se lançar candidato com o apoio do PSD, do PV e do PTB.

Tudo depende, no entanto, da evolução das pesquisas de opinião. Se Dilma recuperar sua popularidade, é provável que o PSD continue a seu lado. "O PSD é aliado de Dilma. Pode ser que o PSD apoie Serra caso ele cresça. Mas isso não vai acontecer", afirma o secretário-geral do partido, Saulo Queiroz.

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