O anúncio da abertura de um processo licitatório para a primeira fase da construção de um campus para a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) no bairro Cidade Nova, em Belo Horizonte, promete promover mais integração da universidade com a comunidade e os alunos, além de estimular a formação de uma identidade institucional para a Uemg. A percepção é do reitor Dijon Moraes Júnior, que avalia que a notícia não poderia ser mais positiva para a comunidade acadêmica envolvida nas atividades da instituição.
“Com a estrutura que temos atualmente, com prédios alugados e não adequados às necessidades de alguns de nossos cursos, não podíamos vislumbrar a ampliação das atividades acadêmicas. No campus, poderemos pensar em novos cursos e atividades”, avalia Dijon Moraes, observando que o espaço vai possibilitar vislumbrar novas fronteiras para o ensino superior em Minas Gerais.
Segundo o reitor, os esforços do Governo de Minas para a construção do campus da Uemg estimulam a geração e a democratização do conhecimento. “Reconhecemos o esforço do governador Antonio Anastasia, que se sensibilizou com a importância deste tema e está demonstrando seu empenho em gastar menos com a máquina pública e mais com o cidadão e a sociedade. O papel da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) também foi fundamental”, destaca.
Confira abaixo entrevista na íntegra com o reitor da Uemg, Dijon Moraes Júnior.
Por que a Escola de Música foi escolhida para iniciar as obras do campus?
A causa da Escola de Música é muito nobre, porque ela já existe há 56 anos e é uma referência no ensino, pesquisa e extensão na área. Mas sua instalação atual não oferece as condições ideais para seu funcionamento. É uma situação provisória. Uma Escola de Música exige acabamento acústico, salas específicas para cada tipo de instrumento, um auditório para receber a orquestra da escola, enfim, um projeto próprio feito especialmente para suas características. Já a Faculdade de Educação vai funcionar no mesmo bloco e será a próxima etapa das obras.
Qual vai ser o impacto do campus para os estudantes e a comunidade?
A universidade precisa ter uma identidade para ser reconhecida como uma instituição. Hoje, a Uemg possui faculdades espalhadas pela malha urbana. Isso pode funcionar no interior, mas a capital é a sede e a sede precisa ser marcada com uma referência física. Isto é importante também para os alunos que, em um campus, se sentem mais partícipes da universidade e sua vida passa a ser mais integrada inclusive com outros cursos e atividades, que eles poderão frequentar.
Além disso, o campus vai ser aberto e vai se integrar à região e à comunidade. As pessoas do bairro, que já caminham por ali, poderão continuar caminhando no campus, frequentar a biblioteca, o teatro, a área de convivência. Vai haver uma integração com a comunidade. O teatro da Fapemig, que está em construção e vai ser o segundo maior de Minas Gerais, com 1.500 lugares, também será parte integrante deste complexo e fará parte dos eventos e atividades da Uemg e da região. Além disso, o campus, ao lado da Fapemig e de equipamentos já existentes, como a Epamig, Senais/Cetec, Biominas, Serpro, Plug Minas e o Horto Florestal da UFMG, vai fazer parte do grande complexo da Cidade da Ciência e do Conhecimento. Tudo isso vai valorizar muito a região leste de Belo Horizonte.
Com a nova estrutura, a Uemg vai abrir mais vagas e novos cursos?
Com a estrutura que temos atualmente, com prédios alugados e não adequados às necessidades de alguns de nossos cursos, não podíamos vislumbrar a ampliação das atividades acadêmicas. No campus, poderemos pensar em novos cursos, como para a Faculdade de Educação, que atualmente oferta apenas o de Pedagogia, e a Faculdade de Políticas Públicas. Também pensamos em conceber novas especializações, mestrados e doutorados. Na Praça da Liberdade, vamos abrir a graduação em Design de Moda na Guignard, um curso que já está sendo projetado. Enfim, teremos espaço para projetar nosso crescimento.
Existe algum aspecto que podemos destacar como sendo inovador no projeto das obras do campus?
Como o projeto foi feito há cerca de nove anos e elaborado com dinheiro público, aproveitamos esta concepção inicial e fizemos uma adaptação e uma atualização com relação aos conceitos atuais e a novas normas, considerando aspectos atuais de sustentabilidade e acessibilidade. Vamos utilizar, por exemplo, alguns materiais ambientalmente mais responsáveis, sistemas e equipamentos mais econômicos do ponto de vista energético, como painéis solares e lâmpadas eficientes. No terreno, haverá um processo de captação da água pluvial para reuso em descargas, limpeza e paisagismo. Além disso, o terreno é todo plano, então ele convida ao uso da bicicleta e à prática de caminhada. Por isso, haverá também estacionamento para bicicletas. Tivemos o cuidado também de ampliar a acessibilidade, porque as leis neste sentido mudaram, então alargamos rampas, passarelas e melhoramos a circulação.
Como a comunidade acadêmica recebeu a notícia do campus da Uemg?
A notícia foi recebida com muita alegria e satisfação pela comunidade acadêmica, que reconhece o esforço do governador Antonio Anastasia. Como professor, ele se sensibilizou com a importância deste tema e está demonstrando, conforme publicou recentemente em decreto, seu empenho em gastar menos com a máquina pública e mais com o cidadão e a sociedade. O papel da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) também foi fundamental. Desde o início de sua gestão, o secretario Narcio Rodrigues colocou o ensino superior como uma prioridade.
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