Em 16 anos, terminal da Pampulha deve receber 2,9 milhões de passageiros. Confins movimentará 28,2 milhões até 2033
Publicação: 02/10/2013 06:00 Atualização: 02/10/2013 07:31
Apesar da expectativa de aumento do fluxo, a proposta do governo de Minas, corroborada pelas principais vozes do setor no governo federal, é limitar o fluxo na Pampulha à aviação regional e executiva, garantindo assim não haver concorrência em relação a Confins. A proposta é que o aeroporto internacional receba voos nacionais e internacionais, além do transporte de carga. As diretrizes básicas do projeto devem nortear o plano diretor do aeroporto da Pampulha que será protocolado pela Infraero na Anac nos próximos dias. Segundo o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, a área externa do aeroporto da Pampulha passará por uma reurbanização. “Vão ter que ser feitas, sim, algumas adequações no aeroporto, tanto no terminal de passageiros quanto na infraestrutura, com construção de novos hangares”, afirma.
A transferência do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (Ciaar) do entorno do aeroporto para Lagoa Santa deve liberar também enorme área pertencente à Infraero. A expectativa é que em até dois anos o espaço esteja pronto para receber investimentos. As áreas comercial e operacional da Infraero ainda estudam o que será feito. “A nossa ideia inicial é fazer daquela região uma área que guarde características de BH, mas que seja mais aproveitado do ponto de vista comercial”, diz Gustavo do Vale. Inclusive, são buscadas soluções para o problema de inundação da região com a Prefeitura de Belo Horizonte.
Saiba mais...
Minas Gerais quer Pampulha como aeroporto de referência regional Infraero tem papel ampliado nas concessões de aeroportos Governo quer 'abrir' aeroporto a fundos Aeroportos Brasil quer fim do ICMS para aéreas nacionaisAviação executiva
Pelo estudo, o aeroporto pode ter capacidade para receber mais de 300 jatos executivos, fortalecendo a aviação executiva, inclusive com a criação de uma aduana para controle da entrada e saída de mercadorias de voos internacionais. O setor de manutenção de aeronaves seria capaz de gerar aproximadamente 3 mil novas vagas de emprego.
A conclusão do estudo tem como função também sinalizar às empresas interessadas na concessão de Confins que não haverá concorrência entre os dois principais aeródromos da Grande BH. Nas audiências públicas representantes das empresas se mostraram receosos quanto ao futuro até então indefinido da Pampulha. Inclusive, pelo projeto apresentado pela Infraero, diferentemente do elaborado pelo governo mineiro, em 2033 o terminal receberia 2,2 milhões de passageiros e 3,3 milhões uma década depois. “Para que essa licitação fosse ainda mais bem sucedida, era imprescindível que o aeroporto da Pampulha não corresse o risco de concorrer com Confins”, reitera o governador Antonio Anastasia.
As melhorias na Pampulha têm como função garantir a expansão da aviação regional, o que pode induzir ao desenvolvimento de cidades do interior do estado. A expectativa do governo estadual é que, até 2016, 30 municípios tenham voos regulares para a capital. Atualmente, apenas 12 cidades têm conexão direta. Os planos preveem também voos diretos para cidades de outros estados, como Vitória da Conquista (BA), Cabo Frio (RJ), Palmas (TO), Rio Verde (GO) e Ribeirão Preto (SP).
Voos regionais
O Palácio do Planalto trabalha para incentivar o setor. Ontem, o ministro da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Moreira Franco, anunciou que até o mês que vem deve ser publicado o primeiro edital do pacote de aviação regional. De início, 47 terminais devem receber melhorias. Ao todo, o programa prevê que sejam ampliados 270 terminais, sendo 32 em Minas mais uma unidade que será construída em Ouro Preto.
O aumento do fluxo de passageiros e aeronaves, no entanto, não deve significar aumento dos transtornos, segundo o subsecretário estadual de Assuntos Estratégicos, Luiz Antônio Athayde. A possibilidade de a Anac liberar pousos e decolagens de aeronaves de até 72 lugares representa a modernização da frota. “O impacto é causado pelo tipo de aeronaves e não pelo número de voos”, diz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário