quinta-feira, 10 de outubro de 2013

TEMPO DE TELEVISÃO E RÁDIO DOS PARTIDOS, QUANTO TEM O?: PT, PMDB, PSDB, PP, PR, PSB , Solidariedade, DEM, PTB, Pros, PDT, PCdoB, PSC, PV, PRB, PPS, PTdoB, PSOL... - CÁLCULO, DIVISÃO, MAIOR, MENOR

Nova divisão de tempo de TV dá protagonismo a Pros e Solidariedade

Juntos, partidos recém-criados abocanham mais de dois minutos da propaganda eleitoral. PSD perde, mas mantém posição entre os fiéis da balança

Felipe Frazão
Plenário da Câmara Federal em Brasília
Bancadas do Pros e do Solidariedade na Câmara dos Deputados dão ativos para negociação de alianças (Rodolfo Stuckert/Agência Câmara)
 
PARTIDONOVA BANCADA*TEMPO DE TV*
PT8603'39''91
PMDB
71
03'04''83
PSD
49
02'13''37
PSDB
49
02'13''37
PP
40
01'52''31
PR
31
01'31''26
PSB
27
01'23''90
Solidariedade
23
01'12''55
DEM
21
01'07''87
PTB
19
01'03''19
Pros
18
01'00''85
PDT
14
00'51''49
PCdoB
14
00'51''49
PSC
13
00'49''15
PV
11
00'44''48
PRB
8
00'37''46
PPS
6
00'32''78
PTdoB
4
00'28''10
PSOL
3
00'25''76
​Demais
6
04'17''74
TOTAL51330min​​
Fonte: Câmara dos Deputados e reportagem / *sujeito a alterações
Os dois novos partidos aprovados pela Justiça Eleitoral nasceram com peso relevante para definir a batalha das campanhas presidenciais no rádio e na TV, em 2014. O Solidariedade e o Partido Republicano da Ordem Social (Pros) somaram, até a manhã desta quarta-feira, 41 deputados. Juntos, os parlamentares que as siglas conseguiram arregimentar devem render um ativo de pouco mais de 2 minutos e 13 segundos de tempo de propaganda eleitoral para negociação de alianças – o que coloca as siglas como vedetes já assediadas por PT e PSDB para formar coligações.
A cota do Solidariedade é a maior entre as novas legendas: 1 minuto e 12 segundos. O partido nasceu independente, segundo o seu principal articulador, o deputado Paulinho da Força, egresso do PDT. Apesar de ter sido alvo de flerte da situação, o Solidariedade possui evidentes inclinações a fechar com a oposição à presidente Dilma Rousseff – sobretudo com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) como candidato do PSDB. O tempo que o Solidariedade tem a oferecer à candidatura aecista supera o do mais leal aliado dos tucanos nas últimas eleições nacionais, o DEM, que deve ficar com 1 minuto e 7 segundos. Sozinhos, os tucanos possuem 2 minutos e 13 segundos.
O rumo do Pros, tudo indica, será o contrário do Solidariedade. O partido recebeu adesões de grupos políticos que sustentam a candidatura de Dilma, como os irmãos Cid e Ciro Gomes, do Ceará, que abandonaram o PSB e o projeto de candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos – agora apoiado pela ex-senadora Marina Silva, que não conseguiu registrar a Rede Sustentabilidade. O Pros possui mais exposição no rádio e na TV do que partidos que controlam ministérios no governo Dilma. A sigla soma 1 minuto ante 51 segundos do PDT (Ministério do Trabalho) e outros 51 segundos do PCdoB (Ministério dos Esportes) – tradicional aliado petista.
O Pros desidratou a bancada do PSB, levando principalmente deputados com base na Região Nordeste, e deixou o partido de Campos e Marina Silva com somente 1 minuto e 24 segundos de parcela no horário eleitoral, a menor exposição entre as principais pré-candidaturas ao Palácio do Planalto.
Como só perdeu um parlamentar, o deputado Domingos Dutra que trabalhava pela Rede, mas teve de ir para o Solidariedade, o PT manteve a liderança do tempo de TV com folga: quase 3 minutos e 40 segundos. O PMDB segue de perto o aliado, com 3 minutos e 4 segundos. Juntos os partidos garantem a Dilma mais de 6 minutos e, até aqui, o maior tempo de propaganda.
O site de VEJA fez a projeção de como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dividirá o tempo de propaganda entre os partidos com base na lei eleitoral. Para chegar a essas minutagens, a reportagem usou como referência o registro de troca partidária disponível no site da Câmara dos Deputados até as 10h desta quarta-feira. A simulação, porém, ainda pode mudar ligeiramente. Os parlamentares ainda podem comunicar a troca de partido à Secretaria-Geral da Mesa do Legislativo, e as legendas têm até a segunda semana deste mês para enviar a lista oficial de filiados ao TSE.
O tribunal, por sua vez, não deu previsão de quando a tabela definitiva será publicada. O plenário só decidiu a divisão dos 30 minutos de propaganda nas eleições municipais do ano passado doze dias antes de os filmes começarem a ser veiculados na TV.
De acordo com a legislação, o espaço no horário eleitoral gratuito de 2014 será proporcional ao tamanho da bancada na Câmara conquistada nas eleições de 2010. Para partidos recém-criados, como o caso do Solidariedade e do Pros, o TSE deve fazer valer novamente a decisão que favoreceu o PSD no ano passado. O PEN está sem representantes na Câmara.
Precursor – O partido do ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab obteve vitória no Supremo Tribunal Federal (STF) e criou um precedente para a mudança na interpretação da lei das eleições: a corte decidiu que as siglas novas – que não participaram do último pleito para a Câmara – terão sempre tempo de TV proporcional à quantidade de deputados que filiou até trinta dias depois de sua criação, os chamados parlamentares fundadores. O STF também deu ao PSD direito a parcela do Fundo Partidário de maneira proporcional ao tamanho de sua bancada. 
Apesar de, desde 2011, ter perdido onze dos 51 deputados federais fundadores, o PSD ainda deve manter o direito sobre 49 deles, para efeito de contagem do tempo de rádio e TV. Isso deve ocorrer porque nove dos deputados fundadores entraram em legendas que já existiam antes deste ano, o que não permite a "portabilidade de votos", segundo o TSE. A bancada kassabista tem atualmente quarenta parlamentares. Dos que saíram, Ademir Camilo (MG) foi para o Pros, e Armando Vergílio (GO), para o Solidariedade.
A possível manutenção de controle do PSD sobre o tempo de TV proporcional referente aos noves deputados "infiéis" deixa o partido entre os mais cobiçados para o palanque eletrônico. O PSD terá 2 minutos e 13 segundos, mesmo tempo do PSDB. Enquanto aguardam a posição dos tucanos de São Paulo em relação à candidatura de Aécio, os correligionários de Kassab asseguram ter "independência" no Congresso Nacional e intenção de fechar acordo com Dilma Rousseff, que presenteou a legenda com a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. Kassab, ao mesmo tempo, mantém boas relações com o PSB, de Eduardo Campos.

Nenhum comentário: