INDEPENDÊNCIA OU MORTE
Por Leonardo Barros.
Os números do
dinheiro roubado dos cofres públicos no Brasil, se contam em bilhões. Essa
fortuna desviada é o resultado da ação dos ladrões, mas, é também, senão, principalmente,
o resultado da omissão da sociedade, que se quer republicana, mas falta-lhe atitude
para tanto.
Esse roubo tem a sua
origem na corrupção da independência entre os poderes Executivo e Legislativo,
que não cumpre o seu papel fundamental, o de se portar como um poder. E ao
deixar de ser um dos pilares do sistema republicano, o Executivo toma conta com:
Mensalões, Petrolões, venda de MPs...
O Brasil virou um
negócio: tudo se vende e se compra. Ao vender a sua independência para o
Executivo, o que é um crime lesa-pátria, o Legislativo entrega todos nós como
mercadoria.
Sem o poder
fiscalizador, mediador e legislador do Parlamento, o Executivo, que revelou-se
uma Organização Criminosa na era PT, reinou, e assim, ao não reagimos para defender
o princípio da separação do poderes, os negócios se deram em tudo que o Estado
tem o papel de regular, controlar e gerir.
Em Minas, a história
começa a se repetir: um parlamentar confessou que troca o seu voto com o
governo por obras que vão lhe render votos. “Porque para mim é muito mais
importante ter obras para transformar isso depois em voto pra mim”.
É contra a
repetição dessa história que me insurgi demandando a investigação do crime
lesa-pátria, com elementos fornecidos pelo deputado Douglas Melo (PSC), que em
seu programa de rádio, apresentou o mais acabado conjunto de indícios de venda
de apoio político, que creio, já exposto.
O deputado, veiculou
até Ato oficial de assinatura de uma obra recebida do governo de Minas: “É em contrapartida a esse apoio do deputado, que os recursos
e benefícios chegam a Sete Lagoas”.
“E tudo que a gente faz de
troca com o governo, quando você troca o seu voto por algo, você troca em prol
do povo. E isso a gente comprova facilmente quando consegue uma obra como
essa", comemorou o deputado.
A promiscuidade entre
poderes se tornou tão “normal” que já não se esconde a relação anti-republicana,
faz-se propaganda em radiodifusão, como se este “normal” fosse o Normal. E a
independência virou até motivo de deboche para o deputado Douglas Melo. “Se você não tiver alinhado
com o governo do Estado sabe o que você vira, né? Só um deputado que bate,
bate, bate, deixa sua população sem nenhum atendimento”.
A nossa omissão levou
a isso! Ou reagimos ou o Brasil morre! Não dá para esperar “reformas”.
É pelo que estou
lutando e conto com a pronta disposição do Ministério Público em agir para
defender a democracia, porque nunca foi tão vital acabar com o mandato-negócio
e recuperar o Legislativo como Poder Independente e alinhado com a sociedade.
Afinal, como reconhece a promotoria “estaríamos diante de uma grave violação dos princípios
republicano e democrático. Os
poderes em uma república autêntica devem agir harmonicamente, mas de modo
independente".
Independência ou morte, Brasil!
Leonardo
Barros é um cidadão brasileiro.